quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Telefones celulares e vídeo games são associados a casos de artrite infantil




Se já é difícil lidar com pacientes adultos que sofrem com os efeitos da DORT, devido ao uso intenso do computador, como vamos lidar com crianças e adolescentes que utilizam aparelhos por puro prazer e diversão?

Para quem ainda acha que “reumatismo é coisa de velho”, os tempos modernos vêm provar o contrário. Crianças e adolescentes estão cada vez mais sofrendo de dores de artrite, devido ao uso excessivo de vídeo games e telefones celulares. Os dados foram revelados durante o EULAR – Reunião Anual da Liga Européia Contra o Reumatismo – evento realizado em Londres, entre 25 e 28 de maio.
“Jogar por horas o Playstation e/ou o Xbox, usar o iPhone e/ou o BlackBerry constantemente está causando reumatismo crônico, normalmente só visto em pacientes idosos, em crianças. A dor crônica surge do esforço dos jovens, que fazem movimentos repetidos e conjuntos para controlar suas máquinas de jogos por até sete horas por dia, dizem os estudiosos ingleses responsáveis pela pesquisa. O risco é tão grande que os especialistas em saúde já recomendam que este ‘efeito colateral’ esteja presente nas embalagens destes jogos e aparelhos”, diz o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).
Segundo o autor da pesquisa, Gavin Cleary, consultor do Alder Hey Children’s NHS Foundation Trust, para entender o tamanho do problema, é preciso saber que pelo menos 90 % das crianças britânicas com idade em torno de oito anos possui pelo menos um vídeo game. E que os danos causados às mãos e aos braços devido às horas de jogo ou de uso do celular podem ser similares aos danos que levam milhares de trabalhadores a serem considerados inaptos para o trabalho.
Durante o EULAR, outra conferência, proferida por especialistas americanos, reforçou a relevância dos dados britânicos, ao revelar que crianças que utilizam frequentemente os dispositivos de seus jogos eletrônicos ou de telefones, por longos períodos de tempo, sofrem muito com dores intensas nas articulações, principalmente nos pulsos e nos dedos.
Há como reverter o quadro?
“A experiência nos mostra que toda doença que implica numa mudança de hábitos de vida e/ou padrões de comportamento é de difícil manejo médico. Quem muda facilmente seus hábitos? Se já era difícil lidar com pacientes adultos que sofrem com os efeitos da DORT, distúrbios osteomusculares relacionados com o trabalho, devido ao uso intenso do computador, como vamos lidar com crianças e adolescentes que utilizam os aparelhos por puro prazer e diversão?”, questiona o reumatologista Sérgio Lanzotti.
O tratamento para adultos, lembra o diretor do Iredo, abrange medicação, fisioterapia, mudança dos hábitos laborais e muito tempo para surtir efeito.
Alerta nas embalagens?
Os especialistas em saúde presentes no EULAR defenderam a necessidade de advertências legais nas embalagens para avisar usuários e pais/responsáveis dos usuários sobre os efeitos do uso abusivo de vídeo games e celulares. Já existem inúmeros gadgets lá fora, que vêm com avisos RSI. O Nintendo Wii vem com um a alertar os usuários sobre “Wii-itis”.
“Penso que muito em breve, o Brasil também deverá se posicionar sobre a importância desta advertência nas embalagens dos produtos vendidos por aqui, pois a questão será de saúde pública, não apenas de tecnologia”, defende o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzot

fonte:http://www.melhoramiga.com.br/2011/06/telefones-celulares-e-video-games-associados-a-casos-de-artrite-infantil/

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